A Viagem das Cinco Alegrias

Não tem tempo ruim! Só tem tempo bom! É só alegria! Quem não dança segura a criança! Dois palitos! Esse diário é desenrolado! E não é fraco não! (Essas são algumas frases que marcaram os primeiros dias da viagem...)

10/01

Primeira Alegria.

Dia do embarque!

É o começo da odisséia.

Já de cara, nos vimos no meio da galera. Aquela!

Quase a viagem acabou naquele instante, pois o BUSÃO, que não era o nosso, tentou nos atropelar.

Depois de 1 século, naquele fedô, chegou o tão esperado meio de transporte. Mas esse fedô ainda era fichinha, perto do que estava por VIR. Podíamos ouvir o TCHIBUM! com nitidez quadriaxial, pois nosso assento era vizinho ao trono.

O Gugú estava naqueles dias de sorte, sentou ao seu lado um ser do pântano de + ou - 130Kg, que não tomava banho nem fodendo. Só trocava de roupa, às vezes, e comia aquele farofão cherudo o tempo todo. Este espécime chamado CIDA ( cidus fedorentus ) estava pageando dois diabinhos, que se tornaram nosso amigos por serem os mais inteligentes do ônibus! Suas idades: 9 e 6 anos. Nomes ( respectivos ): Yslone e Jackson.

Já no ônibus o Alê quis se dar bem, tentou comer a Áurea, uma baranga gostosa, que tinha visto na rodoviária. "Nem chegou a tocar os lábios nos lábios da bichinha" - como disse nosso outro companheiro, a alegria do BUSÃO, Hélio, autor das frases de efeito citadas no prefácio.

Essa boa alma era o terror de qualquer chuveiro que se preze, enxaguava o seu casulo a cada parada, exibindo nesta seu KIT, um óculos modelo super máquina. Fora isso, enquanto vivíamos numa dieta restrita a pão e água, Hélio não largava seu KFC, contido em uma embalagem marmital; se distanciando das bacias faraônicas encontradas em outros recintos do BUSÃO.

11/01

A partir do segundo dia dentro do ônibus, a viagem virou rotina e o tempo voava, bem como o cheiro do banheiro para nossos narizes.

Até que, nem o busão aguentou e pediu arrego. O bombardeio era intenso...

A desculpa que eles deram foi que estourou um mangueirinha, pois "a caloria da água era muito grande". Em segundos, surgiram inúmeros mecânicos, que já sabiam o problema e tinham a solução ideal na ponta de suas línguas.

A gambiarra executada não durou 10Km, propiciando um breve atraso de 4 horas.

Todos quiseram tomar um refresco no ribeirão próximo dali, onde conhecemos um sertanejo camarada, cheio de alegria. Seu otimismo nos contagiou: "Nada vale a pena..." - dizia.

Enquanto isso...do ponto de vista intestinal da galera Enquanto isso...do ponto de vista intestinal da galera ( considerar em outro momento ):

A monarquia estava em crise. Os 3 estávamos longe de assumir o trono.

Já no chiqueiro ambulante, degustamos inúmeras seriguelas, afanadas no sítio do camarada. Então, impulsionado pelas fibras adquiridas, Gugú foi o primeiro a produzir 2 quibinhos bem árduos.

Ele é o rei, é o rei, é o rei!!!

Após 37 horas, caímos em Estância (SE) e quase fomos direto à funerária graças ao movimento dos guardiões noturnos da SWAT agreste.

Chegamos ao mosquiteiro, quer dizer, hotel, dispostos a pechinchar a metade do preço. Quando soubemos, até quisemos pagar mais: R$ 3,00 para dormir gostoso...

12/01

Depois do enorme perigo vivido na noite anterior, pela manhã, após sermos acordados por uma boa e velha criatura, pegamos a possante "McLaren": um FUSCA branco 53 caindo aos pedaços, que nos levou até Pontal. Durante o trajeto, o taxista divagou sobre os mais recentes, sanguinários e revoltantes crimes da região. Além disso, o choffer tinha complexo de motorista de Limusine, pois alocou um casal no microscópio banco frontal. A nossa sorte é que se tratavam de celebridades do meio artístico! Eram: Sting e Grace Jones.

Dentro do barquinho que nos conduziu até Mangue Seco, suspeitávamos que o nosso destino final e tudo ao redor poderia ser uma grandissíssima MERDA.

Depois de explorarmos as pousadas locais, decidimos pelo "Aconchego da Telma", a única acoplada com cabine de prazer anal, onde evacuamos com alegria ( Alê concebeu o quibe do século ).

Livres da carga, em todos os sentidos, tomamos a rota das dunas, quando Alê se borrou com o touro selvagem e Julhão começava sua carreira de Tatu do Deserto, banhado de areia por todos os lados.

A praia surpreendeu, mas o mulheril não. Alê, sem muita cerimônia, questionava ao rei do monopólio ( era o único ) de vendas de especiarias da região e concluia despontado: "Metê, que é bom, nada?!".

Depois de degustarmos as especialidades da casa, resolvemos explorar a virgindade local. Já afastados da badalação, aquele clima natural e selvagem, que a flora e fauna local nos proporcionava, foi tomando conta de nossas mentes e em seguida dos nossos corpos; até que, Alê movido por uma força tão forte que fugia a seu controle, disse: "VAMOS FAZER UM NUD’S ?". Sem o menor titubeio, todos liberamos a cobra para a devida exploração. Já acostumados com o novo "way of life", deitamos na areia num estado de êxtase, buscando a homogeneização epidérmica; o Sol beijou todos os poros de nossos corpos, com seus raios certeiros.

Quando a união com a Natureza já estava quase selada, eis que um bugue cruza a linha do horizonte. Ao notarmos sua presença, buscando evitar que as insaciáveis nativas se apaixonassem à primeira vista, cobrimos imediatamente o que a elas mais interessava ver e utilizar: os nossos "bilais". Gugú e Julhão usaram suas sungas, Alê, de um modo um tanto quanto diferente, criativo e sem quase dar na cara, enchapelou o seu.

À noite, enchemos a pança com os sandubas da praça e expressando amizade, conversamos com nosso vizinho cobiçando sua mulher. E que mulher!

13/01

Após servirmos de comida e depósito fecal das moscas, durante toda a noite, tomamos um café da manhã nos deliciando, principalmente, com o leite da Vaca Leiteira Telma, a peituda do vilarejo. Fazendo o caminho dos nativos para a praia, que fora aconselhado pela Rosa petutine, em poucos minutos estávamos enchendo a cara e saboreando o peixão do Pedrão.

Já andando pelos caminhos da nudez de outrora, resolvemos por em prática o nosso plano de NUD’S again. Eis que quando Alê, ingenuamente, se dirigia para o Reino de Netuno, Gugú, num furo de reportagem, levou o BACKSIDE de Alê para a posteridade. Mas quem pagou o pato da história foi o Julhão, levantando e deitando na areia de um modo frenético e ridículo com medo de que Alê retratasse seu sexo. Sem perceber, um casal se aproximava, enquanto que Gugú, tendo uma visão geral do episódio, liberou a hiena que havia em sigo. Julhão, mudando de idéia, e achando que ao revelar seu NUD’S estaria prestes a mudar o padrão de beleza do Cosmos, emergiu, num rompante, de seu habitat tornando-se presa fácil para a lente de Alê, que tinha escondido sua bermuda, tornando a procura um VIDEO CASSETADA para Gugú. Achada a bermuda, antes do episódio se tornar mais hilário, seguimos para o encontro do rio com o mar. Julhão já mostrava sua face de camaleão, refletindo apenas o espectro vermelho dos raios do astro que nos abastece. TUDO muito bonito!! Quando a volta parecia que não teria um BOM FIM, e a insolação era eminente ( já que todos estavam cansados dos raios do amarelinho, principalmente Alê e Gugú que disputaram a maior guerra de areia já vista e que, para não ferir o ego de nínguem, terminou empatada, e com um acordo que dali em diante areia só nos outros: Julhão e + tarde Edú que o digam ), surgiu o BUGUE DALI, o SALVADOR; que acabou por nos carregar para um outro pico, perigoso a seu modo, pois GABI, o viado da região, por ali rondava e procurava suas vítimas. Alê sentindo que o reto de GABI o ameaçava, bradou altivo para o céu e a terra: "ODEIO VIADO OLHANDO PRA MIM!!". E mudou então de lado, para não cruzar novamente aquele olhar BAMBINAL.

No mais, Pedrão, informado por um capanga da SIMS ( Serviço de Inteligência de Mangue Seco ) camuflado de bugueiro, descobriu que 3 rapazes haviam soltado o bicho, despertando a libido do mulheril. Percebendo a ligeira semelhança de lugar, horário e pessoas, o bom velho nos indagou com ar paternal: "- POR ACASO FORAM VOCÊS?", comentando por alto que o último a praticar este tipo de exercício juntou-se ao reino dos GABI’S, tendo uma de suas cabeças subtraídas.

Assim, aos poucos conhecíamos os bizarros e medievais costumes do local, principalmente Alê, que sentiu isso na pele quando dava um "approach" numa baranguinha. Foi colocado 1 verdadeiro guarda-costas do tamanho de um pulga na bota dos dois. Alê não podia brincar com a Chocolatinho nem de telefone sem fio.

À noitinha o forró comia solto, mas não havia lugar para forasteiros. Depois de uma breve separação, Gugú e Alê se encontraram no bar da praça para tomar PITÚ com FANTA até chapar, já que a melhor coisa para fazer para grande parte da galera (2/3). Julhão, que não se dava por vencido, vislumbrou uma chance de se dar bem. Circulando o galpão coberto, localizado próximo ao bar, onde as pessoas sem pousada podiam dar um deitão, percebeu um olhar um tanto quanto intrigante e intimador. Com o 71 na ponta da língua, o chaveco rolou de fora para dentro. Com a confiança de um matador implacável, em poucos segundos, ele convenceu sua presa a deixá-lo entrar e aconchegar-se em seu ninho. O garanhão rubi, com seu olfato apurado, notou que só haviam fêmeas no recinto, algumas até parcialmente despidas. Quando a bola já estava na marca do pênalti, e o juiz já havia apitado, a Freira-mor acordou com a voz grossa do visitante aprontando o maior rebú.

Enquanto isso, do bar, Gugú e Alê, já mais pra lá do que pra cá, presenciavam uma trágica comédia. Um pobre rapaz cabisbaixo sendo escraxado do convento sob um contínuo e sublime berro:

"- QUEM DEIXOU ESSE DIABO ENTRAR AQUI!?? QUEM FOI A IRRESPONSÁVEL???"

O cú dos dois espectadores já estava fazendo bico de tanto rir, quando notaram que aquele vulto, outrora expulso, lembrava vagamente o amigo Julhão.Por um momento, digo, por um milésimo de segundo, ficaram preocupados com o pobre coitado, mas depois o bico aumentou tanto que não mais havia contato bundal com a cadeira. Dormimos em meio a gargalhadas...

14/01

Como de hábito, Alê e Gugú tomaram café no local apropriado, enquanto o Tomate, digo, Julhão, com queimaduras que só regrediram graças ao curandeiro pós-moderno Paulo, o baiano, com seu tratamento inovador à base de Maizena, não saiu da cama.

AlêAlê, não satisfeito com o desjejum pobre em cacau, tratou de garantir seu chocolate do dia, ludibriando o temível guarda-costas e rodando o placar.

Em Pontal, com a ajuda do nosso mini-amigo Prego, o neguinho de 50cm de estatura, embarcamos na Marajó da Morte, num carona suicida.

Habitavam a Marajó 3 seres característicos: o motorista pigmeu, um AZNO VOLANTE, o COPILOPÓTAMO e o BOBÃO, saco de pancadas do gordo.

Depois de conhecer todos os buracos entre Pontal e Estância, chegamos à rodoviária.

A idéia inicial era chegar ainda neste dia em João Pessoa, o que não era possível partindo de Estância. Aracajú se tornava cada vez mais uma parada atraente, até porque passou um busão cheio de xoxó direto de Salvador para lá.

Decidimos durante a viagem que a melhor opção seria aproveitar a noite de Aracajú, deixando para o outro dia a ida para Johnny Person.

Na rodoviária, além do telefone de uma baianas ( no bom sentido ), Alê descobriu também porque aquela seria a mais longa das noites: teria início, no dia seguinte, o vestibular, e os pulgueiros da cidade estavam tomados por pré-bixos da região.

Averiguado isto de perto por Alê, que andou muito sem êxito, conseguimos, apenas, uma pousada para nossas malas.

Muito guaraná em pó na veia foi a solução encontrada para não sermos surpreendidos em um cochilo por um ser jipano.

Caimos na Night!

Num papo informal, 3 contra 2, Julhão, pouco formal, foi logo caindo de boca, rodando o seu placar. A bichinha assustou-se e passou a repudiar qualquer approach do tarado da Maizena.

Cada um seguiu seu caminho. Julhão, o mais afetado pelo guaraná "se ‘tá mole eu endureço", atacou todas as barangas que via pela frente.

Depois de rodar o placar pela segunda vez, resolveu dar um simples e inocente Mix no mar. Foi quando vislumbrou a chance de afinar seu bilau: uma barranga só com peças íntimas. Julhão, intrigado, travou um diálogo do qual guardou a seguinte frase: "AQUI NINGUÉM É DE NINGUÉM.". Era o sinal verde para o ataque. Abandonando seus trajes na areia, partiu para a dança de acasalamento. Quando estava quase rolando, surgiu um negão que broxou a comilança dizendo: "VOCÊS SABIAM QUE ISSO É PROIBIDO?". Sob a identidade de caça ladrões de praia, o fosco revistou a bermuda do indefeso Julhão, indo embora de volta às trevas, se camuflando com naturalidade. Depois desta, o bacanal miou, e Julhão, ao recolher sua bermuda, de cara notou que esta 10 reais mais leve.

Neste meio tempo, Alê conversava com as baianas de outrora, que se tornaram muito queridas, e Gugú fazia amigos.

Na alta madrugada, se encontraram na frente da pousada onde as malas dormiam tranquilamente. Batemos uns sandubas numa lanchonete, onde cochilamos por um bom tempo.

15/01

Acordamos dali a dez minutos. Seguimos, então, para o eficientíssimo complexo viário de transporte coletivo. A guerra com o povinho mais feio e sergipano com que nos deparamos, começou na entrada do ShakeBus, era cotovelada para todo o lado. Nosso rumo era o ponto de apoio, onde, "com certeza", segundo informantes de cabeça chata, embarcaríamos para Johnny Person. Depois de três horas de espera, vagou um lugar e Gugú se picou, pois era o único que possuía um contato de valor em Johnny: a atenciosa Januária. Era a Segunda Alegria.

O engraçado é que a partir daí as coisas passaram a dar certo para Alê e Julhão: voltaram à cidade, compraram a passagem para Recife para o dia seguinte, encontraram uma boa pousada e saíram com as amigas baianas. Esta foi a melhor noite de Alê, graças à Lívia, que o conquistou. Nesta tarde ainda, concluiram com convicção após uma rápida andada pela praia que o povo é original das fortes raças seguintes: ÍNDIO, NEGRO e BOSTA, com um relevante indício que a última seja a principal. E Valéria, uma desafortunada que sentou do lado de Alê, num dos shakes, sentiu a ira deste ao ouví-lo evocar seu nome de vários modos distintos, dando uma verdadeira aula de gramática para o oprimido e sofredor povo ao redor.

16/01

Em João Pessoa, Gugú e Edú, que já haviam se encontrado na noite anterior, passaram o dia juntos pageados pela Jan, que para tanto até matou aula.

Alê e Julhão, após um rápido show do requebra, que a macaca XITA fez especialmente para os dois, seguiram para Recife.Em tempo recorde ( 30 minutos depois! ) conseguiram uma conexão para Johnny a tão sonhada Person, onde reencontraram a galera, foram comer juntos e dormiram na acolhedora pousada da Jan. Deu-se a Terceira Alegria.

Durante o jantar, comentou-se sobre a alegre sinfonia em uníssono ouvida na entrada do estado, que é berço dos maiores tenores do Brasil: Alagoas. Seguindo uma tradição de milênios, nossos anfitriões no recebiam com a saudação:"Jóóóóóóóóóg !", expressando a cobiça do próximo ao que o outro tem, como 1 real, ou uma camiseta ou até qualquer coisa.

17/01

Depois de um farto rango na pousada da Jan, partimos para a rodoviária decididos a posar em Pipa. Se dependesse de busão, a gente tava fudido. Depois de travar uma feroz batalha com os preços dos táxis, conseguimos um acordo bom para ambas as 5 partes. Mas não tão bom para nós, pois vimos a cara da morte em cada ultrapassagem, que o infeliz realizava, pensando que transportava gatos com ao todo:7X5=35 vidas disponíveis.

Nos hospedamos na toca da Magrinha: "Côco BrasilI". Sem perder tempo, fomos para a praia dos afogados, onde, depois de muito jacaré e fotos nas falésias, conhecemos um gaúcho e uma puta gostosa, que, para nosso azar, era sua esposa.

Famintos, caímos num PEGAOTÁRIO, onde não comemos mais devido ao preço. Pelo menos aprendemos um novo jogo de dados, onde Edú, com sua técnica particular, sagrou-se campeão.

Colocamos o plano de morte às muriçocas borrifando o preparado da Magrelinha a valer, intoxicando o 1/4 e tudo mais.Na cidade não havia picas, e o quarto estava irrespirável.

SEM A MENOR DÚVIDA, fomos para um PUTA PICO TESÃO onde tudo É ÓBVIO, OU NÃO.

18/01

Gugú Carpe Diem Gugú Carpe Diem foi ver golfinhos enquanto os outros dormiam. Contando extasiado o que vira, animou seus comparsas para conhecerem a deslumbrante praia, numa busca pelos golfinhos sem êxito e quase sem volta. Isto, porque a maré subiu e o único caminho a seguir era pelas rochas pontudas, onde se caíssemos, era aquele abraço. Sem contar o risco de desmoronamento.

Neste dia, de um modo um pouco mais esperto, na própria pousada, comemos mais, gastamos menos, e conhecemos o Gabi autor do célebre dizer: "Ih, rapaz! Aquilo lá é PegaOtário!", comentando sobre o restaurante onde jantamos no dia anterior.

Após irmos ao Lual Inexistente, dormimos bem.

19/01

Como o sono mergulhou na zona abissal, pela sua profundidade, até perdemos o ônibus das 5:00 hs.

Tomamos os ônibus das 7:00 para Goianinha e, de lá, uma espaçosa Kombi para Christmas.

Já não mais como sardinhas em lata, perdíamos 4 ônibus número 38 que ia do Alecrim para a Praia dos Artistas, por vários motivos: Gugú.

Conseguimos um apartamento barateiro na praia do meio. Esse adjetivo, que completa o apartamento, advém do fato de que esse último, além de ser barato mesmo, era habitado por inúmeras baratas.

Alê, em um pré-reconhecimento solitário da cidade, já tentava armar uns esquemas com as natalenses e arrumar um bugre.

À noite, enquanto Gugú e Edú faziam a tarefa "dificílima" de apertar o botão do inseticida e matar las cucarachas, e tomavam cerveja para passar o tempo, Julhão e Alê caiam na mulherada no FORRÓ COM TURISTA. Julhão pontou.

20/01

O viado do Eugênio, dono do bugue, de quem alugaríamos um Escort, deu para trás.

Depois de muita discussão com a GORDA da locadora, que achava que o cliente nunca tinha razão, alugamos um Uninho, que até deu pro gasto, nos levando para as praias do Sul.

Neste dia conhecemos Búzios. Alê pontuou através de um contato antigo, enquanto os outros desfrutavam da praia.

Gugú Gugú e Edú foram ao cinema para livrar o apê para uma eventual noite de prazer, que acabou não rolando, pois as barangas melhores não apareceram, só as barangas balão.

21/01

Pela manhã fomos à praia de Pirangi, que não tinha nada de mais, fora a chuva que nos expulsou.

Seguimos para Ponta Negra em busca de um contato carnal. Subimos o Morro do Careca, onde havia uma vista privilegiada e de onde descemos comendo areia. Alê trocou uma idéia rápida com a Goianinha do olho bonito, Mônica. Julhão aplicou numa moça com um pouco mais de idade e broxou quando viu sua filha. Ambos chegaram atrasados para a Pizzada, ao som de Paulo Miklos.

À noite, fomos ao CIRCO DA FOLIA no show do Cavalo de Pau: forró por cinco horas ininterruptas. Apesar da dificuldade causada pelos namorados e rolos existentes ( ou não ), Alê, furiosamente, chegou ao quarto tento. Mas a um custo muito alto pois, ao não avisar, pegando o carro deixou seus amigos procurando-o como baratas tontas. Depois de horas de espera, chegou-se à seguinte resolução para Alê, o réu: Ele iria pagar o excesso na quilometragem ( isso é óbvio, dizia Edú ) e como gostava de dirigir, teve esse prazer tolhido.

22/01

Aproveitamos o dia na praia de Genipabu, onde pegamos jacaré de jangada. Gugú quase morreu afogado por Alê e Edú, que brincavam inocentemente. Ele, com explosão de quem não respira há algum tempo, soltou a franga num: "PÁRA, CARALHO!!".

Também curtimos uma de Gustavo Borges ao cruzar a lagoa de Genipadu a nado, depois da grande façanha de Gugú: atolar o carro, mobilizando toda a galera para ajudar. Não tinha espaço nem para empurrar, pois a quantidade de mãos era imensa.

Depois do PF e do Alê tentar catar a Goianinha em Ponta Negra sozinho, fomos dormir.

23/01

Após um reforçado café da manhã, sem bolachas ( pois elas estavam destinadas pro Edú, que ficaria solitário após nossa partida, para que pudesse manter sua forma caprichada comendo direitinho ), porém com muita sardinha pro Julhão ( que as havia adquirido e se não as comesse corria o risco de ficar mais vermelho, só que de porrada ), devolvemos o nosso veículo alugado e contratamos o serviço especializado de um profissional, profundo conhecedor das artimanhas de pilotagem em areia. Seu nome estava catalogado na lista de "Profissionais Competentes em Várias Areias", da GORDA que nos atendeu de novo, e sabia o que era melhor para todos que iam ao local. Era Luís, o bugueiro! Oito anos de direção em solos não tão maçicos.

Fomos, assim, felizes e seguros rumo às praias do litoral norte. Alê, Gugú e Julhão cantavam o tempo todo animando o BUGÃO. Frases como "Nós vamos invadir sua praia" se tornaram corriqueiras, em cada praia em que chegávamos. Todos podiam ouvir o nosso "NÁ, NÁ; NÁNÁ, NÁ, NÁ. NÁ, NÁNÁ; NÁ, NÁ" em ritmo de SMURFS, e quando as brotinhos lançavam olhares, Alê perguntava na lata: "Hei, você quer ser a nossa SMURFETE?". Passamos por Redinha, Genipabu, Pirangi ( onde Alê e Edú, em uma lagoa, mostravam técnicas espetaculares de salto; onde também Julhão exibiu uma outra modalidade recente, o salto meio GAY ), Jacumã, e também Muriú.

Nesta última, houve uma edição da modalidade de esportes beira-mar mais praticada pelo trio dos quatro: o "Alligator Near Beach", vulgarmente conhecido como Jacaré. Pra variar Alê e Gugú terminaram empatados, ou quase, pois Gugú que, de fato, conseguiu chegar mais vezes onde só os peixinhos fininhos conseguem, estava sob acusação de Alê de que teria violado algumas regras básicas à pratica do esporte. Ocorria, assim, um impasse de quem seria o legítmo vencedor ( Alê achava que havia sido ele, e Gugú, surpreendentemente: ele ). Agora, o perdedor, não havia a menor dúvida que era o Edú, pois ficou todas as vezes por último. Julhão não participou. Edú, justificando-se, criou duas teorias: a primeira é que QUEM É MAIS LEVE É JOGADO MAIS LONGE. Alê e Gugú retrucaram dizendo que a técnica é muito mais relevante no caso do que o peso. A segunda é que O MAR EXPELE O QUE É FEIO, quesito no qual Gugú ganha disparado segundo o autor da teoria, apoiado por Alê. Este último acha que, realmente, QUANDO A DIFERENÇA DE BELEZA É GRITANTE, O MAR PÕE PARA FORA MESMO! Do contrário, o fator BãBãBã é a potência dos braços e pernas, sem contar com a técnica, já mencionada. Deste modo, Alê apoiou a teoria em parte. Já Gugú, sem hesitar um instante, disse que o que se falava era uma grande bobagem, sem o menor fundamento (Por que será?).

Na volta, a zona no BUGÃO continuou. Os personagens tinham calibrado na PITÚ com refri e no suco de cevada, e estavam a 1000 por hora. Alê e Julhão sedentos por carne de sol, ou talvez ao Sol, atraídos pelos montinhos chamativos avistados, convenceram a galera a fazer um Pit-Stop para reconhecimento. Era pá e bola, pelo menos, deveria ser, se não fossem os amigos da pitchulas de olho na gente. Então, pra não perder o costume, Alê, o colecionador de telefones de barangas, fez a troca de números com os chuchuzinhos.

Já em Natal, um clima de tristeza, ou melhor de alegria, começava tomar conta de Julhão, Gugú e Alê: a hora da separação do chapinha Edú estava chegando. Comemos de novo no PF, e depois do banhão no A"o que é barato sai barata e não caro"P, fomos tomar o derradeiro suco de manga no baiano.

"PUTA QUARTETO TÊSÃÃÃÃÃÃOO!!!!" - era o que modestamente concluíamos. A inovação da última foto registrou bem o que foi estar com o Edú: muito egoísmo e sem pensamento em grupo, Julhão vacilou e foi vetado sem excrúpulos.

Deixamos o loiro ( deu-se a Quarta Alegria ) para trás e partimos para Fortaleza. Após algumas ligações na rodoviária de Natal pro pessoal conhecido ( Alê se derreteu ao falar com a Kilza, menina que conhecera no Circo da Folia), entramos no BUSÃO. Desta vez não havia o cheiro do trono para atrapalhar, e, às vezes, até para entrar em nossos sonhos. Atrapalhando mesmo só o marido de um loira muito interessante ( pra não dizer outra coisa ) que estava do nosso lado.

24/01

Ao amanhecer, chegamos em Fortaleza. Gugú pegava informações valiosas com um amigo que havia feito durante a viagem. Além de mexer com moda, tinha um jeitinho espevitado de ser e falar, o que fez reluzir, num lampejo a imagem do reino GABIZAL, cada vez com mais adeptos a esse tipo de culto "saindo é bom, mas entrando é melhor ainda!".

Descemos na praia de Iracema, e com a ajuda e a hospitalidade local, que contribuiu para a boa impressão da "Terra do Sol", chegamos, quase mortos, à Pousada Vitória, situada em Meirelles.

Depois de esticarmos o esqueleto por algumas horas, Gugú e Alê foram conhecer a famosa Praia do Futuro. Julhão, impossibilitado de ir devido aos efeitos colaterais ardentes e febris do nosso amigo irradiante, ficou na pousada. Na praia rolou cerva e pitomba de montão. Alê conheceu Elaine, com quem marcou à noite.

Após o banho e o churrascão de carne látex ( aquela que quanto mais se mastiga, mais se precisa mastigar ) com baião ( que nos fez passar por ignorantes em terras cearenses, "Como vocês não sabem o que é baião?", esclarecemos ao leitor que trata-se de um arroz com tudo ), encontramos Elaine e sua amiga BUZANFA. Alê ficou com a tal, Julhão e Gugú deram área e foram dormir, longe do tribufu que também picou a bunda gorda dali. Era o quinto linguado que rolava devido ao eficaz anzol de Alê.

25/01

Cedinho fomos à Praia de Cumbuco. Alê, já conformado que só falaria com seus pais à noite, pois não conseguiria contato pela manhã, estava desencanado no mar quando avistou três neguinhos pulando de alegria. Eram Gugú, Julhão e Fefê, irmão de Alê. Numa incrível coincidência, a família de Alê, que tinha chegado a Fortaleza na noite anterior, também tinha ido para Cumbuco. Ficamos, então, juntos tomando cerveja e comendo uns petiscos: Alex ( pai ), Regina ( mãe ), Fefê e Beto (irmãos), e nós três.

Curtimos a praia e sua beleza até a tardinha. À noite, convidados pelos pais de Alê fomos jantar com eles no restaurante TRAPICHE. Achamos animal, talvez porque fazia duas semanas que era só PF na veia. Esgotados, fomos pra pousada.

Esse dia uma coisa nos chateou de leve: em Cumbuco conhecemos umas cariocas, que moravam em Brasília, muito legais, das quais acabamos nos separando e quando percebemos: elas já haviam ido embora! No mais, Julhão e Gugú deliraram ao voar de Ultraleve. Foram incentivados por Fefê, Alê e Alex que já haviam andado. Até Regina, depois dos comentários, arriscou também um passeio.

26/01

Juntos com a família de Alê, depois de uma corrida inesquecível e quase inacabável ( pois mais um pouquinho cairíamos duros no chão ), realizada para não perdermos a hora e chegarmos ao Hotel Esplanada em tempo, caímos no BEACH PARK.

Este é o maior parque aquático da América Latina, com o peculiar tobo-água FreeFall: é retrolavagem querendo ou não. O povo sai, literalmente, pingando pelos orifícios ( principalmente o de trás ). Mesmo Alê, que foi advertido no sentido de fechar o olho, não escapou do Roto-Rooter hidráulico. A praia Rota das Dunas, onde o parque se encontra, também é MUITO BONITA! Achamos, perto do local, graças à informação do chegado do bar, um lugar de comida por quilo. Nós e Fefê comemos muito.

A energia do PARK acabou, mas a de Julius, confirmando que havia assimilado bem o tal do B, A, BA de Alê, mudando completamente seu estilo sossegado de vida, e surpreendendo a todos, menos a Alê, que mais hora menos hora achava que isso iria ocorrer, pois MULHER ATRAI MULHER, agarrou uma paraense que era uma graça ( para não dizer outra coisa ), fechando sua contagem em 5 tentos, em grande estilo. Voltamos tocando o puteiro no BUSÃO, e DGINE, a guia, não cansava de querer expor sus dotes vocálicos e seus conhecimentos profundos de História, "O índio ( da estátua ) tem a cabeça menor porque, como vocês sabem, eles são menos inteligentes do que nós", para todos no microfone.

À noite, Gugú ficou dormindo, e para alcançar o sono dos sonhos de todos nós, leu a FORUM, revista de histórias picantes que vem com a Ele&Ela.

Alê Alê e Julhão foram para o pico da noite que, na quinta-feira, é o CHICO DO CARANGUEJO. Estava lotado, nunca havíamos visto tanta gente assim. Parecia que Fortaleza estava toda ali; cocentrada na Praia do Futuro, na frente dos barzinhos, como o citado Subindo ao Céu, etc.

Esgotados de perambular, e após terem ficado conversando com duas gaúchas de cacife elevado, sem saco de esperarem o BUSÃO, foram para a pousada igual a Angélica: de táxi.

Esta noite haviam começado mal ao conhecerem duas paulistas tão espertas que nem desconfiaram que Alê, com a camisa da USP, não era gaúcho ( era a mentira que eles tinham inventado para ouvir mais abertamente as idiotices das conterrâneas ). Como 90% dos demais paulistas que cruzamos na viagem, elas tinham o Rei na barriga, se achavam verdadeiras gênias, descobridoras da pólvora ( "São Paulo carrega o Brasil nas costas" ) e muito mais do que eram. Reclamavam de tudo e de todos. Eram insuportáveis! E ainda davam azar, pois N.R. ( nem rolou ) nem pro MESTRE, nem pro DISCÍPULO.

27/01- Dia da Volta

De manhão fomos à Praia do Futuro, e logo de cara vimos beldades da Natureza. Como íamos encontrar com a família de Alê na barraca Subindo ao Céu, não paramos. Aproveitamos, os sete, aquele belo dia. Alê, aproveitando ainda mais, num lero relâmpago com a Danielly, de Manaus, boa de curvas, fez mais uma sominha unitária: 5+1=6.

À tarde, umas 14:00 hs, nos despedimos da família de Alê, fechamos a conta na pousada e fomos rumo ao aeroporto. Pegamos dois ônibus, o primeiro era um tesão, com ar condicionado e altos trick-tricks.

Batemos um PF por 2,50 antes do "Vião" e na plataforma de embarque a maior surpresa: encontramos o WAGNER MONTES. Não acreditamos, o encontro foi hilário já que Gugú, em outra viagem, já fora o WAGNER. Tiramos fotos e Gugú, indo além, pediu um autógrafo dizendo que se chamava WAGNER também. Rimos muito. Lá, também, Alê encotrou um familiar, o Alexandre, que foi até Salvador batendo papo conosco.

Haviam ainda duas Sorocabanas sozinhas, as quais começamos a conversar. Alê bola na rede, insaciável, beijou no avião ( como seu herói Bender ), chavecando também a Érika, a aeromoça dos sonhos de qualquer comandante. Saldo total: 7. Número Perigoso.

O pai de Gugú foi pegarnos em Cumbica, e, ao som de Queen, deu-se a Quinta Alegria.

Tchau Gugú, Alê, Julhão. Tchau, tchau...

É isso aí moçada,

PUTA

DIÁRIO TESSÃÃÃOOOO!!!!!!

Algumas coisas que percebeu-se durante a viagem e que contribuíram para tornar sua lembrança ainda melhor:

  • O povo do Sergipe deve ganhar fácil qualquer campeonato de Jacaré, devido à sua feiura.
  • A Paulistada tem uma moral bem baixa por aí.
  • Os Baianos impressionam pela camaradagem.
  • O Edú continua sendo aquele bom e velho brother.
  • Andar pelas pedras cansa muito e arrebenta tudo ( o chinelo do Alê que o diga! ).
  • A Maizena não é fraca não: Julhão ‘tá novo.
  • Cearense quando fala todomundo, é todo mundo mesmo!
  • Alê já faz seus discípulos.
  • Julhão, El Diablo, é um deles.
  • Viajar de avião é bem melhor, e menos fedido também!
  • Mulher atrai mulher; isso é básico.
  • Fazer Nud’s no Mangue é muito perigoso!
  • E com os seres de lá: "Metê, que é bom, nada!".
  • Gabi tem em todo lugar; Brota, sei lá!
  • Puta Quarteto Tesããããooooooooooooooo!
  • Não tenho a menor dúvida!
  • É óbvio! Ou, não...

Redação by Alê, Gugú e Julhão; exceto a partir do dia 23/01, onde toda a responsa é do Alê! E um pouquinho, quase nada, do Julhão;

Manuscritos originais: dias 10,13,16,19 e a partir do dia 22 by Alê; dias 11,13,14,17 e 20 by Gugú;

O resto by Julhão, inclusive digitação e efeitos visuais dessa porra! Até a próxima Trip do Século...

 

São Paulo, 4 de março de 1995.